terça-feira, 9 de dezembro de 2008

ai ai ai

Ai ai ai
Querido...

O amor é lindo.
O amor é lindo.
O amor é lindo.

Ai ai ai
Ingrato...

domingo, 2 de novembro de 2008

VOVÔ TUBE

Vovô...
You tube...

Rateio:
Sivuca
Aqui,
Neste, naquele,
Mais o Hermeto
Em casa,
Em show,
Sanfona,
Piano,
Camisa floral,

Eu já espraiada...

Súbito:
Mário Zan!

Justo foco.

Dizem que um homem
Não deve chorar
Por uma mulher...

Bolero vai bolero vem...

Justo foco.

Uma dona rechonchuda
Entoa, periódica,
A cabeça pra lá pra cá
Sorri boa filha
Boa gente
D´além mar
Toda em seda.

Sucesso de vendas,
O quarto centenário
Do decoro.

Nem boiada no Mato Grosso
Nem Pantanal
Nem buritis
Nem siriemas
Nem o próprio Tião Carreiro
Em pessoa
Chumbado
Pelo veneno da morena.

Nada como aquele bolero
Pela rechonchuda
Em seda
Periódica
E sucesso.

É é má nota minha
Apelar pra apito
Em copos d´água
Xaxado
Jandaias e
Trompetes zunindo.

Pelo pé de bode!

Que o suspiro,
Além da memória,
Ama o silêncio

Perfeito:

Toda música.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ELEGÂNCIA



Lá vai seu Luis
descendo a rua
com seu Ramenzoni XXX.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

ALCEBÍADES


Duca Ozório. Fazendeiro... Desse, o comum – bravo! O cerrado chega abaixava; era ele passando. Nasceu primeiro: a chave ou a fechadura? Tempo que assa, frege. Com ele, quem arrasta mala? Quis o chãozinho do Alcebíades, também: moço, órfão, pobre, cego de um olho. O irmão do Matusalém. Esses Lopes. Viessem: um sargento e dois soldados. Nem apiaram, o Bia arrepiou com eles. Opa!
- Meu negócio não é com vocês. Vão. O Juca e eu ficamos. Sô... Conheço esses trilhos... De manhã, de tarde e de noite.
Amoitava?!
Não mesmo. Topando o sujeito, metia um tiro de carabina na testa dele, passava por cima e ia trabalhar. Seo Juca, já dono. A mata dos Pereira inteirada, quase.
O Bia? Para amigo da gente. Mais. Estudou Matusalém. Esse, casou com mulher bonita. Era. Mas demais. Morreu novo do coração. O Bia também. Casado, viúvo, casado. Mata dos Pereira... Puro barbeiro. Até o Amerquim teve chagas – diga-se.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

MAIS CERVEJA PRO CUNHADO

Menino
Bombinha
Cachorro
Pato
E parente:

Reunião de comitê do cão.

ALIANÇA

Piou -
Acabou.

Borboleta amarela
Passou pra li assim
Chove.

sábado, 11 de outubro de 2008

BRILHO



Se essa rua fosse minha
Não cortavam o ipê.
Quem mandava?
Haveria brilho
De lua,
Mas a rua não é de ninguém.
Por ela entramos
Ou dela
De passagem.

Vou até lá e pergunto:
- Quem é você?
Olhos, que quero olhos.
Todos apontam o ipê.
Dele bebem
Encontrando.
Também vejo a exuberância
E os serafins,
Mas encontro a sobra
Na sombra dessa idéia.

Coloco-me, sem poder,
Diante desse ipê para os outros
E choro brilhantes.

Caminho até outras árvores
Onde o sol seja subtropical
E a umidade remanse.

Sei também, de fotografias,
De copas altas como a idéia
Que tenham, acaso, do ipê.

Mantenho nelas
As cócegas de rever
Para também dizer com os outros:
- Sim, a árvore é tudo.
Todas, irmãs.

O ipê segue me dando de ombros.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

BEM PRA CÁ DO INDAIAZIM


Não, lá não tem mar. Mar evidente, luz excessiva... Silhueta de coqueiro. Avesso do mar, já aquela bahiazinha, tão mansa cheirasse doce. Nem rio. Córrego. Carrapato. Aqui é o Carrapato. Locas, onças, meleta, tiririca, jaguatirica não é onça, jaratataca fedorenta também tinha. Subtropical. Úmido. Lugar de Deus. De tudo. Para progresso! (O Alegre não foi para frente, gente, que nem nós. Culpa de Coromandel, não. Êpa! Aquela festa de Santos Reis pagava a pena! Comida, doce, pito, cachaça, sanfona e viola, todo mundo reunido, moças de função ali junto procedendo com as outras, direitinho, aquela beleza, um pé de ingá, a graminha toda vida, um pangaré gordinho vindo do bambuzal, arrevoada de arara pro lado de Andrequicé...) Mais a festa da Lapa! De Nossa Senhora! Diamante, empreitada cumprida, famílias, todos querendo aquilo por cima dos mares de morros. Se fortes? Eles? Elas? Povo amigo do povo, memorável, muitos mais que meliantes, arte de tiros. Arrenegamos. Schimidts são graças agora, duas, de cada lado em minha cinturinha. Pilão armado. Ponho roupa de comércio, subo e desço a rua, dez vezes. Hrhum! Povo amigo do povo. Tantos no cemitério do Caxambú, tantos no do Porto. Gente e mais gente! Seus fantasmas me encontram por todas as estradinhas vermelhas assoprando: não mate à toa. Gente boa! Enterro num grotão tão inclinado que lá cavalo só desce de fasto, arrastando a bunda no chão. Caso preciso. Lá no Indaiazim. O Furuça hoje foi lá no Indaiazim, lá no Carneiro, lá na placa. Compadre Zizico foi na cigana ler mão. Queria o carneiro roubado. Nessa horinha um cachorro assava o bicho. Churrasco de carneiro de água? Tep, tep, tep. Carneiro de água, eh... Cigana... Lá no Carneiro, lá na placa... Lindo o Indaiazim. Deus mora lá, mãe? Romeiros vagando por toda parte dentro de mim... Lá... Que é que tem lá, lá, laiá?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tô com nada

Sua boca me diz:
- Flor.
Mas seu olho me colhe
sempre na lama.