sábado, 11 de outubro de 2008

BRILHO



Se essa rua fosse minha
Não cortavam o ipê.
Quem mandava?
Haveria brilho
De lua,
Mas a rua não é de ninguém.
Por ela entramos
Ou dela
De passagem.

Vou até lá e pergunto:
- Quem é você?
Olhos, que quero olhos.
Todos apontam o ipê.
Dele bebem
Encontrando.
Também vejo a exuberância
E os serafins,
Mas encontro a sobra
Na sombra dessa idéia.

Coloco-me, sem poder,
Diante desse ipê para os outros
E choro brilhantes.

Caminho até outras árvores
Onde o sol seja subtropical
E a umidade remanse.

Sei também, de fotografias,
De copas altas como a idéia
Que tenham, acaso, do ipê.

Mantenho nelas
As cócegas de rever
Para também dizer com os outros:
- Sim, a árvore é tudo.
Todas, irmãs.

O ipê segue me dando de ombros.

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